3 de janeiro de 2009

Beijos

Beijos.
De parabéns, de condolências, de bom trabalho, de boa viagem, de regresso a salvo e a casa. Beijos repenicados, como os da avó, melosos, como os da mãe, ou molhados, como os do primeiro namorado.
Beijos apaixonados, beijos roubados, beijos de língua, à francesa, à esquimó.
Beijos de missa, devotos, no pé de Jesus, beijos respeitosos, de filho, de aluno.
Beijos de cinema, demorados, épicos, beijos para sempre.
O beijo da mulher-aranha, o do vampiro, o de judas, o da serpente.
Beijos fatais, beijos normais e beijos de adeus (de adeus e até nunca).
Beijos soprados com uma mão, a outra a acenar, beijos de boas férias, beijos a fugir, que não há tempo para mais.
Beijinhos de açucar, dos das mercearias, beijos amargos.
Não me interessa de que tipo são, nem que nome lhes dás:
quero-os, cobre-me com eles como se me cobrisses com uma capa rude de pastor no meio de uma serra fria.
Nem um dedo à mostra, entendes?

Sem comentários:

Enviar um comentário